sábado, 27 de outubro de 2012

Semana Nacional de Combate ao AVC



         A cada seis segundos, independentemente da idade ou sexo, alguém em algum lugar morre de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Isso, no entanto, é mais do que uma estatística de saúde pública.
            Organização Mundial de AVC (World StrokeOrganization-WSO) está pedindo medidas urgentes para enfrentar a epidemia silenciosa, e lançou em 2010 a campanha de 2 anos “Um em cada seis” no Dia Mundial do AVC, 29 de Outubro.O tema “Um em cada seis” foi escolhido para destacar o fato de que hoje, um em cada seis pessoas no mundo inteiro poderá ter um AVC durante a sua vida. Todos estão em risco e a situação pode piorar com a complacência e a inércia.
            A campanha comemora não apenas o fato de que o AVC pode ser prevenido, mas que os sobreviventes de AVC podem recuperar-se totalmente e manter sua qualidade de vida com o atendimento e tratamento correto e com o suporte adequado a longo prazo. A campanha tem o objetivo de reduzir o impacto do AVC agindo em seis desafios básicos:
1. Conheça os seus próprios fatores de risco: hipertensão arterial, diabetes colesterol alto, arritmias cardíacas (fibrilação atrial).
2. Seja fisicamente ativo exercite-se regularmente.
3. Evite a obesidade, mantendo uma dieta saudável.
4. Limite o consumo de álcool.
5. Evite o fumo do cigarro. Se você fuma, procure ajuda para parar.
6. Aprenda a reconhecer os sinais de alerta de um AVC.
          O AVC é a segunda causa de morte no mundo, sendo responsável por 6 milhões de mortes a cada ano. Ele é responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à AIDS, tuberculose e malária juntos – três doenças que foram referências de sucesso em campanhas de saúde pública, capturando a atenção da mídia mundial e, consequentemente, convocando líderes mundiais, governos e diversos setores da sociedade civil para agir.
            No Brasil o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade, com um enorme impacto econômico e social. Essa Campanha foi iniciada pela Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, Rede Brasil AVC e Associação Brasil AVC.
       Nós, do Centro de Estudos Avançados em Hemiplegia do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba, já começamos a campanha. Com fim de alertar a população sobre a doença, fomos ao centro da cidade de Campina Grande-PB, no dia 18 de Outubro de 2012, para orientar e apresentar informações sobre o que é o AVC , quais seus fatores de risco e além disso aferimos a pressão arterial dos visitantes. A campanha se intensifica entre os dias 23 a 29 de Outubro, com distribuição de folhetos e pôsteres informativos em pontos estratégicos da cidade de Campina Grande e palestras dentro do campus universitário.


domingo, 7 de outubro de 2012


Terapia virtual na reabilitação de portadores de Disfunção Cerebelar


As disfunções cerebelares culminam com sintomas ligados ao tônus muscular e ao equilíbrio, sendo um dos principais a ataxia. Aproximadamente, 10% das alterações de equilíbrio são causadas por lesões cerebelares vestibulares, proprioceptivas e das vias de integração com o sistema nervoso central. A ausência de sinergia neuromuscular pode ser uma das causas dessas alterações.
Existem várias formas de tratamentos fisioterapêuticos que objetivam a melhora do déficit de equilíbrio ocasionado pelas disfunções cerebelares, sendo o tratamento variável de acordo com o paciente e impondo sempre desafios as habilidades do mesmo, objetivando melhora da qualidade de vida. A realidade virtual vem se tornando cada vez mais presente na reabilitação de pacientes neurológicos, pois proporciona uma experiência interativa gerando um feedback imediato entre paciente e terapeuta bem como do ambiente virtual, proporcionando assim um aumento dos estímulos durante o tratamento.
De acordo com o estudo de caso de Schiavinato e Machado (2011) que utilizou-se de um indivíduo portador de ataxia cerebelar precoce, apresentando condições de bipedia sem auxilio e cognição preservada. Para avaliação do equilíbrio foram utilizadas a escala de Berg e o Índice de Marcha Dinâmica. No tratamento o o instrumento utilizado foi o video-game da marca Nitendo (Wii), sendo atribuído a este o jogo Wii-fit, em conjunto com um acessório denominado Balance Board, responsável pela interface máquina/jogador. Os resultados foram analisados imediatamente antes e após o tratamento, depois de 80 dias percebeu-se a melhora imediata nos itens analisados pelas escalas, porém após o intervalo de 80 dias apenas o Índice de Marcha Dinâmica sofreu decréscimo em relação ao estágio inicial.
Em suma, a terapia virtual traz benefícios no tratamento da ataxia cerebelar precoce, que aliada aos recursos terapêuticos tradicionais podem proporcionar melhora considerável na qualidade de vida do paciente.     



Francisco Leite E. Pimentel
Wesley Cavalcante Cruz
Graduandos de Fisioterapia

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Neurociências da violência





             Quais os principais aspectos da violência e sua relação com o sistema nervoso central? Os autores Monika Lück e Daniel Strüber colaboradores da liga Hanseática de Cientistas em Delmenhorst, Bremen (Alemanha) e Gehard Roth professor coordenador do instituto de estudos do cérebro da Universidade de Bremen publicaram um artigo que trata das raízes psicobiológicas da violência física. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que o comportamento violento das pessoas não possui causa única (tendência inata, patologia, ambiente desfavorável ou experiências dolorosas), e sim, a combinação de fatores de risco que reforçam e se influenciam mutuamente.   

O perfil dos homens que revelam logo cedo tendência violenta mostra baixa tolerância à frustração, dificuldade em aprender regras sociais, problemas de concentração, capacidade reduzida de compreensão dos sentimentos das outras pessoas e inteligência defasada. No entanto o que mais chama atenção é a falta de contenção psíquica, que os faz passar do sentimento ao ato quase de se defender. Posteriormente, muitas vezes mostram arrependimento.

A impulsividade de criminosos violentos crônicos parece ter como base uma predisposição cerebral. Anátomo-fisiologicamente, quando comparado a indivíduos normais, o cérebro de criminosos possuem alterações fisiológicas no córtex pré-frontal e no sistema límbico. Efeitos inibitórios sobre partes do sistema límbico provém de vias hipotalâmicas e também do complexo amigdalóide. Acredita-se que pessoas violentas possuem uma desrregulação entre o córtex cerebral e o sistema límbico propriamente dito.

Contudo, quando o cérebro é originalmente afetado, desde nascença ou acometido por tumores numa fase bem precoce de vida (primeiros anos), com posterior remoção desse córtex, crianças com tumores cerebrais apresentavam distúrbios de comportamento anos mais tarde: problemas na escola, dificuldade de motivação, timidez, em algumas circunstâncias mostravam agressividade.

Os pesquisadores também avaliaram situações onde não havia a presença de crimes cometidos por impulso, por crises emocionais, mas sim crimes planejados, pensados com grande antecedência. Nestes casos, onde há um planejamento do ato agressivo, a hipótese do cérebro frontal não faz sentido, mais do que isso, o cérebro destes indivíduos parece funcionar normalmente, no entanto, esses comportamentos possivelmente mostrem relações com alterações dos circuitos neuronais envolvidos com a recompensa, e mesmo diretamente com o complexo amigdalóide. Indivíduos submetidos a agressões na infância também mostram alterações na via da recompensa bem como níveis de serotonina baixos.

Estas considerações interferem na questão: “até que ponto podemos responsabilizar alguém por seus atos agressivos?”


Retirado do site, www.sistemanervoso.com

sábado, 25 de agosto de 2012

Síndrome de Charles Bonnet


Portal para uma realidade paralela.




           A síndrome de Charles Bonnet (SCB) foi descrita em 1760 por Charles Bonnet, naturalista e filósofo suíço, a partir de alucinações apresentadas pelo avô do próprio autor, que obteve visões de homens, mulheres, pássaros e construções que mudavam de forma, tamanho e lugar, sendo um tanto confusa, demonstrando ao próprio paciente que estas visões não eram "reais". Esta síndrome é caracterizada por alucinações visuais complexas isoladas, cujos pacientes (geralmente idosos) não possuem distúrbios cognitivos ou psiquiátricos, no entanto, são acometidos de alguma alteração visual, e estes têm consciência da natureza irreal destes fenômenos.

Pouco se conhece sobre a fisiopatologia da SCB, alguns estudos revelam que tais alucinações representam um fenômeno de liberação, secundário as conexões normais de áreas de associação do córtex visual, promovendo o surgimento de “visões fantasma”. Outros estudos trazem que as alucinações tratam-se do resultado de estímulo neural contínuo no sistema visual motivado por déficit ocular na idade avançada (degeneração macular, glaucoma, catarata etc.). A baixa qualidade de contato social expressada por solidão, introspecção, timidez e isolamento, tornam indicadores de risco em indivíduos idosos e com redução da acuidade visual, também é considerada.

Há um aumento progressivo dessa síndrome de acordo com a idade, a maioria dos casos relatados são de pacientes com uma uma maior incidência entre 70 e 93 anos. As alucinoses consistem de imagens organizadas, bem definidas e nítidas, as quais os pacientes relatam que não têm controle nenhum sobre elas. De forma colorida, viva e animada, porém sem nem uma espécie de som, surgem as aparições, que podem ser contínuas ou surgir esporadicamente várias vezes ao dia. Os pacientes que possuem essas condições geralmente reconhecem a não realidade de suas experiências visuais, que em grande parte são prazerosas com pouco impacto na qualidade do seu bem estar, no entanto, estudos apontam que estas condições também podem causar estresse nesses pacientes por algo irreal que eles estão vendo e/ou presenciando. 

Não há conhecimento atual de tratamento farmacológico universalmente efetivo, porém drogas como anticonvulsivantes podem reduzir ou extinguir as alucinações visuais em alguns casos, dependendo da gravidade destes. Deixar claro para o paciente e seus familiares que as alucinações são benignas e que não há doença psiquiátrica subjacente possuem um enorme efeito terapêutico e necessita-se de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo neurologistas e psiquiatras para um diagnóstico mais efetivo.

Divulgação:

Congresso Brasileiro de Fisioterapia Neurofuncional - COBRAFIN