domingo, 18 de julho de 2010

ABRE ASPAS

Este blog tem por objetivo principal discutir temas relacionados à Fisioterapia Neurofuncional, mas gostaria de abrir aspas para tratar de um outro assunto. Nas últimas semanas tenho acompanhado dia após dia a situação de calamidade vivenciada pelas populações dos estados de Alagoas e Pernambuco atingidas pelas chuvas. Por isso, não poderia deixar de parabenizar todos aqueles que, de alguma forma, foram solidários e ajudaram a amenizar o caos deixado pelas águas. É impossível não se comover diante de uma tragédia que deixou milhares de pessoas sem moradias, sem acesso à serviços de saúde adequados, à alimentação, à educação, em resumo, sem condições dignas de vida. Mesmo comovido com a situação e indignado com alguns politiqueiros que se aproveitam da mesma, fico feliz diante da disposição dos brasileiros em ajudar.

Mas, gostaria de fazer uma pergunta: Será que apenas os povos atingidos pelas chuvas estão vivendo sem condições dignas? Nas últimas semanas, foi divulgado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), no qual a Paraíba obteve 3,9 para as séries iniciais, 3,2 para as séries finais e 3,4 para o ensino médio, estando abaixo, em todos os índices, da meta nacional, meta esta que está muito abaixo das de outros países. Além de não ter uma educação básica de qualidade, a Paraíba possui cerca de 20% de analfabetismo, ou seja, cerca de 688.000 paraibanos não podem ler este texto.

Tornou-se público, ainda, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Ipea), que divulgou que o índice de desigualdade da Paraíba é 0,58, a segunda pior distribuição de renda do país. Ainda segundo o instituto cerca de 50% dos paraibanos vivem até com meio salário mínimo. O Ipea afirmou, ainda, que o índice de pobreza extrema da Paraíba foi de 23%, isso equivale a cerca de 792.000 paraibanos vivendo na miséria nesse exato momento.

Bem, descrevi apenas alguns dados do meu estado, a Paraíba, mas vale ressaltar que ele não é o único, muitas outros vivenciam situação igual ou pior de calamidade, que se estende para outros setores, como o da saúde, que prefiro nem comentar. Por isso, faz-se necessário manter o espírito de solidariedade e enxergarmos que para vivenciarmos o caos não é preciso ir longe, basta apenas dá uma olhada ao nosso redor. Sejamos cidadãos, cumpramos com o nosso dever social, não apenas em um dia do ano mas em todos. É tempo de refletir!!!!


Por Renan Guedes

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