quinta-feira, 29 de julho de 2010

EXCITOTOXICIDADE GLUTAMATÉRGICA


O Ácido Glutâmico ou Glutamato é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, atuando como neurotransmissor excitatório do sistema nervoso, sendo o mais comum em mamíferos. O impulso nervoso causa a libertação de glutamato no neurônio pré-sináptico. Na célula pós-sináptica, existem receptores que ligam o glutamato e se ativam. Pensa-se que o glutamato esteja envolvido em funções cognitivas no cérebro, como a aprendizagem e a memória.

Após uma isquemia cerebral, as concentrações de glutamato no fluido cérebro-espinhal aumentam em poucos minutos. Cerca de 1 a cada 100 neurônios da zona de “penumbra”, envolvendo a zona focal enfartada, estão ainda oxigenados, porém seus receptores estão permanentemente ativados pelo glutamato que vaza do foco isquêmico. Similarmente, após a reperfusão seguinte à isquemia global, os neurônios são banhados em altas concentrações de glutamato suficiente para ativar seus receptores. Receptores tipo N-Metil-D-Aspartato (NMDA) são uma subclasse de receptores de glutamato que desempenham uma função essencial na aquisição de memória e permitem a entrada de sódio e cálcio no neurônio. Uma vez que gradientes de sódio transmembrana são necessários para direcionarem a reacumulação de glutamato para o interior da célula, e que a ativação do receptor NMDA dissipa este gradiente, o glutamato extracelular pode resultar em uma ativação crônica do receptor do tipo NMDA e um extensivo carregamento de cálcio no neurônio. Tal carregamento de cálcio para matriz celular inicia um aumento na geração de espécies reativas de oxigênio que levam à morte celular. Tal processo é conhecido como excitotoxidade glutamatérgica.

P.S. A imagem foi retirada do site http://cefaleias.com.br.

Por Renan Guedes


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